Economia e mercados

Os lucros corporativos refletem um 2023 fraco, mas a história muda em 2024.

28 de fev de 2024

Os consumidores latino-americanos têm se mostrado bastante resilientes. No entanto, não se espera que a temporada de resultados reflita totalmente o ambiente econômico.

O mercado de ações não reflete a economia. No geral, a temporada de resultados nos EUA foi sólida. Até agora, 76% das empresas que divulgaram seus resultados superaram as expectativas de lucros (bastante alinhados um ambiente econômico resiliente, com uma taxa média de superação próxima a 4,5%), o que faz com que o consenso espere um aumento dos lucros do S&P 500 a.a. acima de 3%. Entre os principais impulsionadores: os consumidores! Despesas robustas contribuíram para que o setor de bens de consumo discricionário registrasse o maior crescimento de lucros entre todos os setores em 2023.

Do outro lado do oceano Atlântico, alguns campeões nacionais europeus também superaram as expectativas. Por outro lado, no geral, o mercado de ações europeu está passando neste momento pela “pior” temporada de resultados em quatro anos (fato que também se alinha a um ambiente econômico difícil).

Na América Latina, mesmo com a resiliência dos consumidores, não se espera que a temporada de lucros do quarto trimestre esteja alinhada com o ambiente econômico; afinal, os setores mais representativos no índice diferem significativamente dos presentes no S&P 500. Como mencionamos em nosso América Latina: O que esperar em 2024? há algumas semanas, a maioria dos indicadores econômicos na América Latina aponta para uma aterrissagem suave, assim como nos EUA. O crescimento se manteve resiliente (variando de país para país) e, na maioria das vezes, acima do potencial, enquanto uma lenta desinflação abriu caminho para a flexibilização (ainda maior) em toda a região. Diante disso, o mercado de ações não reflete a economia, conforme evidenciado este ano pelo desempenho insatisfatório do MSCI LatAm até o momento (apesar de um cenário econômico resiliente) e pelas rigorosas expectativas de lucros.

Em termos de desempenho, a América Latina ficou abaixo do esperado no acumulado do ano – com o Brasil (-4,1%) e Chile (-7,9%) sendo os mais atrasados, enquanto o Peru (+4,4%) foi o único a superar as expectativas. Em termos de avaliação, a América Latina está sendo negociada a -1,3 desvios padrão em comparação à sua média de 10 anos de 8,9 vezes o lucro por ação (P/L) – com a Colômbia apresentando a avaliação mais baixa a 5,6 vezes o P/L (-1,7 desvios padrão abaixo da média histórica), enquanto o Peru se destaca como o de custo mais elevado a 12,9 vezes o P/L (+0,3 desvios padrão acima da média histórica). Além disso, México, Chile e Brasil estão sendo negociados a 12,8x, 8,2x e 7,7x, respectivamente.

A América Latina ficou atrás de quase todas as outras regiões do mundo...

Variação de preço do acumulado do ano, em US$

Fonte: Bloomberg Finance L.P. e J.P. Morgan. Dados de 20 de fevereiro de 2024.
preço do acumulado do ano, em US$, para Nasdaq 100, S&P 500, Stoxx 600, MSCI LatAm e MSCI China.
O desempenho passado não é uma garantia de retornos futuros. Não é possível investir diretamente em um índice.

... Predominantemente afetado pelo Brasil e Chile

Variação de preço do acumulado do ano, em US$

Fonte: Bloomberg Finance L.P.  e J.P. Morgan. Dados de 20 de fevereiro de 2024.
Este gráfico mostra a variação de preço do acumulado do ano, em US$, para Peru, Colômbia, México, Brasil e Chile.
Como mencionado acima, o principal impulsionador não tem sido necessariamente o cenário econômico. Na verdade, apesar da previsão de queda do PIB da América Latina para 2023, as expectativas permanecem sólidas em +1,9%, com o México tendo sua expectativa reduzida para +3,1% e o Brasil mantendo-se estável em +3%. Dito isso, é esperado que as expectativas de lucros para o quarto trimestre apresentem uma queda de -9,3%. Até agora, cerca de 40% das empresas do índice MSCI EM LatAm já divulgaram seus resultados, e cerca de 19% delas tiveram surpresas positivas. Os maiores detratores: os bens de consumo não duráveis (-33,6%), os materiais básicos (-17,9%) e a energia (-13,1%). Por outro lado, o setor financeiro (+14,6%) e os serviços de comunicação (+31,1%) estão entre os que registraram melhor desempenho. Os setores de saúde e bens de consumo discricionário também são claramente superiores, mas representam apenas 1,4% e 1,8%, respectivamente, do índice.

É previsto que a temporada de resultados do 4T23 seja difícil, com os principais detratores sendo os bens de consumo não duráveis, os materiais básicos e a energia

Expectativas de lucros do índice MSCI EM LatAm para o 4T23

Fonte: FactSet. J.P. Morgan. Dados de 20 de fevereiro de 2024.
Este gráfico mostra as expectativas de lucros para 4T23 do índice MSCI EM LatAm nos setores a seguir: serviços de comunicação, saúde, serviços públicos, bens de consumo discricionário, tecnologia, financeiro, imobiliário, bens de consumo não duráveis, indústrias, energia, materiais básicos.

 Dentro dos setores que mais ficaram para trás, a maior parte do declínio foi principalmente atribuída a:

  • Bens de consumo não duráveis: flutuações cambiais e mudança nas preferências dos consumidores em termos de alimentação.
  • Materiais básicos: menor demanda da indústria de construção, preços flutuantes e custos operacionais mais altos.
  • Energia: preços mais baixos de energia – principalmente petróleo.

Apesar da previsão de que os lucros em 2023 terminem de forma bastante desfavorável (a expectativa é de que o crescimento dos lucros neste período seja de -20,4% a.a.), esperamos ver uma recuperação ao longo de 2024, com uma previsão de crescimento de 10,0% a.a. Uma ressalva importante a fazer: um cenário de aterrissagem suave implica, ainda assim, uma desaceleração econômica.

É esperado que os lucros comecem a melhorar a partir daqui

Expectativas de lucros a.a. do MSCI

Fonte: FactSet. J.P. Morgan. Dados de 20 de fevereiro de 2024.

 

Este gráfico mostra as expectativas de lucros a.a. do índice MSCI EM LatAm em 2023 e 2024 nos setores a seguir: serviços de comunicação, saúde, serviços públicos, bens de consumo discricionário, tecnologia, financeiro, imobiliário, bens de consumo não duráveis, indústrias, energia, materiais básicos.
Do ponto de vista dos países, espera-se que Peru e Chile representem os maiores obstáculos, enquanto Brasil e México devem se destacar positivamente em relação aos demais. Em termos de ponderações, Brasil (~61%) e México (~30%) correspondem a quase 90% do índice, enquanto o restante é distribuído entre Chile (~5%), Peru (~2%), Colômbia (~1%) e EUA (~1%).

Chile e Peru tendem a ser os mais atrasados

Fonte: FactSet. J.P. Morgan. Dados de 20 de fevereiro de 2024.
Este gráfico mostra as expectativas de lucros para 4T23 do MSCI para a América Latina, Brasil, México, Colômbia, Chile e Peru.
E, mais uma vez, a previsão é de que os lucros comecem a melhorar daqui para frente. Em 2024, o consenso de lucros está previsto para se recuperar na América Latina, com exceção da Colômbia. Por fim, em uma análise país por país, esperamos que o México tenha um desempenho forte ao longo do primeiro semestre de 2024, seguido por uma desaceleração relativa no segundo semestre do ano, à medida que os efeitos do aumento dos gastos eleitorais se manifestem. Em contrapartida, espera-se que o Brasil tenha um crescimento progressivo ao longo do ano, impulsionado pela recuperação do ambiente econômico na China.

É esperado que os lucros comecem a melhorar a partir daqui

Expectativas de lucros a.a. do MSCI

Fonte: FactSet. J.P. Morgan. Dados de 20 de fevereiro de 2024.
Este gráfico mostra as expectativas de lucros a.a. do MSCI em 2023 e 2024 para a América Latina, Brasil, México, Colômbia, Chile e Peru.

Em suma, embora o cenário econômico na maior parte da América Latina tenha superado as expectativas, alguns setores passaram por dificuldades em 2023. Dito isso, conforme o cenário de aterrissagem suave se concretiza e os bancos centrais da região começam a atenuar as condições financeiras, prevemos uma recuperação dos lucros – juntamente com o índice mais amplo. Conforme destacado anteriormente, nosso interesse se volta para o México e Brasil, pois entendemos que o cenário envolve mais do que elementos externos, como o aumento do consumo interno e a tendência de nearshoring. Além disso, o MSCI Brasil e o MSCI México estão sendo negociados com desconto em relação às suas médias de longo prazo – o que constitui uma história atrativa, sobretudo quando combinada com uma jogada mais defensiva, como o MSCI Índia.

Uma abordagem interessante: Crescimento e renda em mercados emergentes (EMGI): busca proporcionar retornos do índice MSCI EM com um perfil de risco reduzido, combinando ações e renda fixa em uma carteira multiativos. No momento, suas alocações fora do índice de referência estão bastante alinhadas com nossa visão.

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