Investment Strategy
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Em nosso resumo mensal sobre a economia latino-americana e nas perspectivas do meio do ano, observamos que muitos países da região estão lidando com suas próprias narrativas de crescimento. De modo geral, o crescimento econômico tem sido limitado, com muitas economias esperando apenas um crescimento marginalmente positivo para o próximo ano. Na região, o crescimento é bastante diversificado: o México evitou por pouco uma recessão técnica no último trimestre devido à desaceleração da demanda interna, e a economia do Brasil deve desacelerar significativamente. Por outro lado, Peru e Chile parecem mais otimistas, impulsionados por fortes tendências de manufatura e a introdução de políticas pró-cíclicas. Com um cenário de crescimento tão dinâmico na região, um investidor experiente esperaria que isso impactasse significativamente as ações.
Curiosamente, ao contrário de períodos anteriores, isso de fato se traduziu em desempenho, juntamente com o apetite de investidores globais em busca de diversificação. Todos os índices regionais MSCI superaram o S&P 500 no segundo trimestre, exceto o Chile. México (+20%), Peru (+16,7%), Colômbia (+12,6%), Brasil (+11,7%) e Chile (+8,3%) demonstram o desempenho amplamente resiliente das ações na região.
O mercado brasileiro superou tanto os índices mais amplos da América Latina quanto os de Mercados Emergentes, apoiado por uma desaceleração da inflação mais rápida do que o esperado e um possível fim do ciclo de aperto do banco central. Dinâmicas políticas, como a perda de popularidade do presidente Lula e desafios fiscais, também adicionam complexidade às expectativas do país para o futuro. No México, ajustes econômicos, incluindo um corte na taxa pelo Banxico, refletem uma abordagem cautelosa em meio às incertezas no crescimento do PIB. Enquanto isso, Peru e Colômbia continuam a mostrar fortes retornos, apesar dos desafios políticos e fiscais prevalentes na região. Além disso, a valorização das moedas latino-americanas, particularmente o real brasileiro (BRL), o peso mexicano (MXN) e o sol peruano (PEN), em relação a um dólar enfraquecido, reforçou ainda mais o desempenho das ações na região.
Embora esse desempenho pareça surpreendente, dada a incerteza, mantemos que os fundamentos podem não sustentar fortemente tais movimentos no futuro. Dito isso, passamos naturalmente para um dos principais motores da classe de ativos: as expectativas de lucros.
Ao contrário dos mercados mais desenvolvidos, o índice MSCI de Mercados Emergentes da América Latina é fortemente inclinado para os setores cíclicos. Os setores de finanças (35%), materiais (16%), bens de consumo (14%), industrial (10%) e energia (10%) compõem os maiores componentes, tornando os desenvolvimentos nesses setores particularmente significativos do ponto de vista das ações. À medida que nos aproximamos da temporada de lucros do segundo trimestre de 2025, esses são os setores a serem observados, com estimativas de crescimento de consenso para o MSCI EM LatAm em torno de +29,4%. O setor de comunicações (+437%) lidera o grupo, seguido por tecnologia (+85,4%) e industrial (+32,8%). No entanto, os setores de utilidade pública (-23,4%) e de consumo discricionário (-24,3%) estão notavelmente atrasados.
O setor de comunicações tem se beneficiado de investimentos significativos em infraestrutura de telecomunicações, especialmente no Brasil, onde esse foco se intensificou recentemente. Da mesma forma, o setor de tecnologia tem visto um crescimento substancial, impulsionado por investimentos em nuvem e aumentos na demanda local. Embora as estimativas de lucros para o setor de energia ainda não estejam disponíveis, os produtores regionais estão prontos para aproveitar as capacidades de produção de baixo custo em meio à volatilidade do mercado. No entanto, há preocupações sobre a incerteza na demanda por energia devido às recentes flutuações de preços, embora o impacto real ainda esteja por ser visto.
Apesar dos ganhos em comunicações e tecnologia, setores fortemente expostos à fraqueza do consumidor e às implicações tarifárias devem enfrentar dificuldades. Empresas do setor de consumo discricionário estão sofrendo com o crescimento negativo dos lucros, enquanto o setor de materiais fica para trás devido a preocupações com excesso de oferta de metais básicos e a estabilização da demanda chinesa. Isso coloca uma pressão significativa sobre as empresas que dependem do comércio de materiais para crescer.
A perspectiva de lucros para o ano completo adiciona uma nova dimensão a essa narrativa. Enquanto as expectativas trimestrais por setor variam, as estimativas para 2025 apresentam um cenário diferente. Apesar de começarmos de uma base fraca no final de 2024, os números para 2025 são promissores. As projeções de consenso indicam um crescimento de cerca de 32% para o ano, com 9 dos 11 setores esperando crescimento positivo dos lucros. Os setores de energia e de comunicações estão na dianteira, impulsionadas por petróleo, gás e combustíveis consumíveis e serviços de telecomunicações sem fio, respectivamente. Em contraste, espera-se que os setores de utilidade pública e consumo discricionário apresentem crescimento negativo, sendo os únicos setores em queda no índice, marcando uma mudança em relação a 2024.
Apesar disso, mantemos uma postura cautelosa, prevendo que as economias da região desacelerem à medida que os impactos tarifários continuam a se manifestar, agravados por uma desaceleração econômica nos mercados desenvolvidos e desafios regionais persistentes. Diante desses desenvolvimentos, é ainda mais crucial manter um olhar atento sobre os portfólios e a exposição aos diversos riscos nos investimentos.
Todos os dados de mercado e econômicos são de 8 de julho de 2025, conforme obtidos da Bloomberg Finance L.P.
Definições de índices:
O Índice MSCI Mercados Emergentes (EM) América Latina captura a representação de grandes e médias empresas nos países de Mercados Emergentes (EM) na América Latina. O índice cobre aproximadamente 85% da capitalização de mercado ajustada pelo free float em cada país.
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